Brasileira JBS avalia reabertura de suas fábricas na Argentina

25 de Abril de 2016
A JBS, maior processadora de carne bovina do mundo, está considerando a reabertura gradual de suas instalações de abate e processamento de carne na Argentina, onde o novo governo eliminou os impostos sobre as exportações de carne.
 
As taxações, estabelecidas pelo governo Cristina Kirchner, prejudicaram o setor por anos, disse um executivo sênior da companhia brasileira.
 
A JBS, com sede em São Paulo, atualmente tem apenas uma unidade operando abaixo da capacidade em Rosario, a terceira cidade mais populosa da Argentina.
 
A empresa vai esperar até que a unidade de Rosario volte a operar a plena capacidade antes de reativar outras quatro instalações de processamento de carne instaladas no país vizinho, disse o presidente das operações sul-americanas da JBS, Enéas Pestana.
 
As operações em funcionamento atingiram o ponto de equilíbrio financeiro este ano, contando pontos a favor de uma reabertura de outras instalações, afirmaram duas fontes com conhecimento do plano. A JBS também tem um centro de distribuição e um curtume no país. As operações de exportadores de carne bovina na Argentina e a demanda por ativos relacionados melhoraram desde que o presidente Mauricio Macri, favorável ao mercado, assumiu em dezembro e rapidamente suspendeu impostos e restrições comerciais sobre o setor. "As mudanças certamente melhoraram a situação e ajudaram na reativação da indústria de carne" na Argentina, disse Pestana.
 
As exportações de carne da Argentina começaram este ano a um ritmo anual de 200 mil toneladas e o governo Macri pretende aumentar esse volume em cerca de 60% no próximo ano. Doze anos atrás, a Argentina era a segunda maior exportadora de carne bovina do mundo.
 
Em dezembro, Macri suspendeu impostos nas exportações agrícolas com a intenção de impulsionar exportações e revigorar o baixo estoque de reservas internacionais da Argentina. Com a decisão, o presidente Macri retirou impostos das exportações de grãos e carnes instituídos por sua antecessora Cristina Kirchner, enquanto reduziu os impostos sobre os derivados da soja.
 
A JBS, cujas operações vão desde a América do Norte até à Austrália, começou uma expansão global agressiva com a compra de ativos argentinos em 2005.
 
A capacidade de abate na fábrica de Rosario foi recentemente ampliada para 2.200 animais por dia ante 1.200, afirmou Pestana, acrescentando que o ritmo atual está em cerca de 400 animais.

Fonte:  ABIA - Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação